Vaneigem, num dos mais substanciais (porque compacto, esclarecedor e apaixonado) textos críticos escritos contra o capitalismo, e pela Vida que aquele ameaça - A Economia Parasitária - traçou um retrato implacável daquilo que tínhamos e temos pela frente. Passados quase vinte anos, e sob as trevas de uma ditadura financeira global que se lança sem freios na tarefa de secar todos os veios do humano, estas palavras reverberam como nunca: "A economia totalitária não priva o povo das suas liberdades, priva apenas a liberdade da sua substância viva. Faz dela uma liberdade mercantil, que se compra, vende e troca. Tem todavia uma característica semelhante ao totalitarismo político: não se a pode emendar, é preciso destruí-la por inteiro."
As ilusões reformistas, de que ainda enfermam as margens esquerdas institucionais do sistema - e de que enfermamos todos nós quando deixamos emparedar os nossos desejos pela sepultura ideológica que define o possível e o impossível, o realista e o irrealista, o responsável e o irresponsável -, tornaram-se indigestas. Os que ousaram por desespero ou táctica lançar o seu corpo contra o sistema de dominação e exploração capitalista sabem bem da sua irreformabilidade. As aventuras da dialéctica, o rol de contorcionismos a que fomos obrigados e habituados ao longo dos anos, serão destruídos pela vontade irrefreável de Viver: com o à vontade com que o cão vadio mija no pára-choques do Chevrolet às oito da manhã, ou com a angustia com que se vomita a ressaca à mesma hora.
No tempo da internet sem fios, precisamos de uma rebelião sem fios.
Cria o que aconteceria se não. Impotência contra prepotência Fodamos com urgência! Celebremos a dormência! No festim da incoerência! Veneramos o inútil absúrdo E não ofendemos a vida Porque vivemos porque queremos Porque queremos viver coerentemente uma vida de inutilidade Porque amamos o absurdo da vida e cavalgamos a existência Sem que ela nos defina. Gritamos o seu vazio A pulmões de surdina. Inspiramos para fora e expiramos o fígado. Cantamos os genitais quando ejaculamos o éter. Somos apaixonados pelo suco gástrico quando nos alimentamos deste lixo. Somos ratazanas com asas de pombos doentes. Temos rochas costeiras nos rins e mijamos pântanos lamacentos; oceanos. Somos compostos de vácuo atómico. Sangramos ódio radioactivo. Fomos umbilicalmente injectados com ócio nos úteros maternos das mães dos outros. A nossa mãe nunca esteve presente. Somos tristes órfãos psicopatas, Felizes embriões sem deus. Bombistas frustrados, suicidas nús e desarmados. Não nos podemos matar, não podemos morrer. Mantemo-nos no limbo, construimos o purgatório. Somos vazios por dentro e por fora somos ocos. Mas espirramos enxofre. Somos buracos negros, buracos de verme, supernovas e não fazemos ideia do que é protoplasma. Somos protótipos da gosma! O mundo embala-nos com movimentos peristálticos e nós induzimos o vómito das estrelas com olhos de mercúrio.
Semeador de Favas e Junco Julieta Túbaro de Guindaste (2011)
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