Terça-feira, 30 de Novembro de 2010

A Pedradura do Okupariado

As «forças da ordem» (instrumento da tirania da propriedade e do lucro) andam às aranhas, isto é, à cata de perigosos radicais trepadores de paredes, e aos papéis (à procura de leis bafientas com que possam emoldurar, à posteriori, a suas acções repressivas).

Nada disto é, em termos tácticos, técnicos ou estratégicos, uma novidade. O que é mais ou menos novo é o modo desenvergonhado e desesperado com que nesta época de crise todos os activistas pró-sistema tentam praticar e justificar a defesa de um modelo económico e social em risco de derrocada: que só não cairá se a malta não quiser tomar em mãos a tarefa de o liquidar para começar a Viver.

 

Nas estações de televisão, ex-presidentes circunspectos e a transpirar Sentido de Estado e Interesse Nacional, alertam para o perigo da contestação social extravasar as margens da esquerda institucional e, portanto, os limites do próprio sistema; economistas gladiam-se, articulando habilmente todas as teses que interessam - de Keynes a Friedman (passando pelos seus múltiplos derivados) - para salvar o capitalismo; presidentes de observatórios obscuros vêem praticantes de black bloc em cada esquina e conspirações anarquistas em cada flyer; bófias à paisana passeiam-se pelas manifestações (ora observando, ora pedindo flyers para «levar para casa»); manifestantes são identificados (não sem antes lhes serem subtraídas as faixas e bandeiras com que se manifestavam); bófias sindicais e bófias regulares fazem equipa para controlar radicais sem convite para entrar nas ruas das manifestações orgânicas privadas.

 

Pedra decorativa, hotel de monopólio e luva de lã sobre fundo branco,

2010.

engatilhado por Semeador de Favas às 12:37
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De mescalero a 1 de Dezembro de 2010 às 18:08
Caro Semeador,

Neste momento a repressão é hegemónica, muito para além dos inimigos clássicos. Dentro da manifestação, dentro da tendência, entre militantes, entre companheiros. A autofagia do movimento vai fazer com que a contestação siga imberbe e sem chama, mesmo que muitos mais comecem a sair às ruas.

Abraço
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