O Dia Mundial dos Trabalhadores está aí à porta e, com ele, diversas acções de protesto, festa e luta organizadas por sindicatos, movimentos e associações mais ou menos informais de activistas - unidos, para além de todos os sectarismos (pelo menos assim o esperamos), por um desejo comum de transformação das condições impostas actualmente pela ordem Capitalista; e pelos Estados que a representam através dos seus governantes de classe. Com o aprofundamento da actual crise sistémica do capitalismo -e consequentes crises económicas nacionais e internacionais -, os seus dirigentes não hesitam em pedir (e impor) sacrifícios às classes trabalhadoras que carregam às costas o peso de toda a pirâmide social. Como se não bastasse o agravamento das condições materiais da maioria (através de congelamentos salariais; da própria política de salários miseráveis que tem repercussões imediatas no que diz respeito ao acesso a bens, cuidados de saúde, educação e conhecimento, vão alargando o fosso das desigualdades e as fileiras do exército (de reserva) de desempregados (que as industriosas estatísticas do INE "magicamente" emagrecem)- que o «governo português» (um «pacto de regime» dos partidos da situação para dizer a verdade...) entendeu agora atacar, complicando o acesso ao subsídio de desemprego, ao qual se une o estrangulamento de prestações sociais como o abono de família; o complemento solidário para idosos e o rendimento social de inserção: tudo isto para exibir aos mercados financeiros que a República Portuguesa é capaz de dar conta das suas contas públicas ainda que para tal tenha que calcar e quebrar a espinha aos seus cidadãos com o tacão do combate ao deficit deixando-os de rastos nos patamares da sobrevivência...em nome da manutenção da ordem capitalista de que se servem empresas colossais que não cessam de a todos espantar com os seus fabulosos lucros; ao mesmo tempo que se assombram quando (os seus) trabalhadores reclamam o mais insignificante aumento do seu quinhão. A todas estas medidas de criação planificada de pobreza (o famoso PEC) chamam alguns especialistas de "terapia de choque", enquanto penso cá para os meus botões se não calhava melhor algo como "cuidados paliativos" ou "eutanásia", consoante desejarmos o prolongamento suavizado da agonia deste modelo económico ou a interrupção mais ou menos imediata do seu sofrimento.
No fundo da tabela, uma geração inteira pasma entre esta espessa fumarada, enquanto lhe declaram como destino o estatuto irrevogável de precário, dominado e submetido a todas as arbitrariedades do patronato e dos seus braços armados (de políticos e ideólogos). Cabe a esta geração - o precariado - organizar-se e contra-atacar, sob pena de assistir passivamente à depauperação das suas condições de vida e ao saque dos seus recursos intelectuais e sonhos; e ainda à origem de um enorme fardo que seria deixar aos que a seguir aí vêm um mundo onde os primeiros passos são dados em pés descalços sobre brasas.
Todas estas preocupações serão capazes de levantar em que as ler a suspeita de nos estarmos a afundar nos terrenos pantanosos do reformismo e das suas reivindicações justiceiras mas impotentes - que partem, sobretudo, da defesa e invocação sistemática do Estado Social e das suas virtualidades que hoje vemos serem despedaçadas sob os nossos olhos: - Nada Disso! Contínuo a pensar que a única forma de alterar o curso dos acontecimentos e a rota traçada é através da superação da actual ordem social, económica, física, fisiológica, anatómica, funcional, circulatória, respiratória, dinâmica, atómica e eléctrica vigente: "(...)sem contar com o facto de uma tal revolução, ainda mais do que qualquer outra, só poder impor-se à bomba e à catana, pelo ferro e pelo sangue." (Antonin Artaud)
Mas, acima de tudo, penso - como julgo já ter deixado claro no início deste panfleto - que não é tempo de sectarismos; nem de nos auto congratularmos com manifestações e demonstrações teóricas (e profusamente ilustradas) de que somos grandes revolucionários - campo povoado de tigres de papel, diga-se de passagem. Além disso, mantenho à cabeceira uma tese de Karl Marx que julgo guardar ainda completa pertinência: " Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem arbitrariamente, nas condições escolhidas por eles, mas nas condições directamente dadas e herdadas do passado." Presentemente existem lutas em curso; organizações com trabalho feito; movimentos que avançam, enfim, acções e condições concretas: é preciso entrar nelas.
Portanto, dia 1 de Maio:
Cerimónia de contemplação do Borrego
Arte Terrorista saboreando o belo borrego
Fotografias cedidas por João Varela
Ingredientes:
1 perna de borrego, batatas, azeite, vinho branco,
cebolas, alhos, noz moscada, pimenta, cravinho, salsa, louro e sal
Modo de Preparação:
Deita-se o azeite e a cebola cortada em rodelas num tabuleiro de forno. Coloca-se a perna do borrego, as batatas (pequenas e inteiras) e sal.
Por cima põe-se mais cebola em rodelas, os alhos picados, um ramo de salsa, pimenta, cravinho, noz moscada, e uma folha de louro.
Rega-se com um fio de azeite e vinho branco.
Vai ao forno a assar, tendo o cuidado de não deixar secar (rega-se com o molho ou um pouco de água durante a assadura), até ficar bem louro
autor encapuçado anónimo
É-nos apresentada uma proposta a um mundo novo. A margem oposta do rio.
A virgem ilha por explorar. De onde são expulsadas as núvens que se dirigem para cá, que duplicam a sua força de terror ao reflectirem-se imponentemente nas turvas àguas do rio.
É necessário encontrar o equilíbrio, a simetria.
O tempo urge.
Mijemos nas turvas àguas como sinal de provocação, causemos a tempestade.
Causá-la-emos.
O sol é o poder que nos fornece gratuitamente a vida, sob as suas condições. Representa ele para nós a força repressora, as suas falcatruas e mesquinhices cínicas e hipócritas que nos garante uma vida dependente de seu comando.
Aos primeiros sinais provocativos de um encarapuçado que cospe(mija) no prato(rio) que lhe é racionado(≠ofertado), é esse mesmo poder (solar) que desencadeia e ordena a tempestade moderadora e reaccionária levada a cabo pelas forças nublosas vaporizadas e geradas para o efeito.
É esse mesmo poder o que se esconde atrás das suas forças tempestuosas e posteriormente desaparece por trás do horizonte, em fuga enquanto se debaterem as forças brutais, até uma reposição da bonança tirana.
O pôr-do-sol será então por nós encarado como o indicador do fim do Dio(a), do fim das coisas como elas são, o fim da dependência generalizada de uma força extraordinária repressora.
Será o pôr-do-sol o nosso código, o sinal exaltador, a trombeta que dá o alerta e nos inspira a empunhar as espingardas, as carabinas e as granadas.
Às armas!
Revoltemo-nos!
Lutaremos por uma noite comum! Seremos capazes de nos iluminar a nós próprios!
Arrebataremos o poder repressor que nos irradia e causa o apodrecimento da nossa pele, o câncro!
Não será uma batalha justa nem leal! Muito sangue será derramado! Não será fácil! Mas será recompensadora!
O nosso primeiro passo será a revolução!
Após a revolução levada a cabo, experimentaremos finalmente a liberdade!
Seremos a mais romântica vanguarda!
Não será fácil, muito menos oferecido. Ser-nos-á conquistado!
Levaremos a nossa urina às montanhas do horizonte, e elevar-nos-emos à colina de onde mijaremos ao rio e faremos parte de um quadro completamente simétrico, onde na àgua estará o nosso reflexo separado pela linha do horizonte unido pela fonte de urina que mijaremos.
Com o nosso trabalho!
Adquirimos agora inactamente autonomia (somos obrigados a isso, compete-nos a nós sermos nós mesmos), individualismo e espírito comunitário.
O quadro estará completo quando for animado, móvel e mutável.
Mas nós...
Nós continuaremos (Art) Terroristas
devotos a ARTE.
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J.J.T. de Guindaste
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